Hoje é um dia bom. Melhor que os anteriores. É um dia de novas apostas em velhas propostas; antigos propósitos resgatam minha força e me amparam novamente. Meu espírito encontra-se, ainda, desencontrado, desconectado da frequência onde sente-se equilibrado, e faz com que meu organismo sinta-se à vontade no mundo; neste mundo. Mesmo assim é um dia melhor do que vários "ontens" e "anteontens". Não tenho a intenção de mudar o mundo, alterar a realidade, modificar o meio; seria uma pretenção irreal, ingênua, no pior sentido da ingenuidade e, acima de tudo, covarde.

Mas não posso negar minha essência, embora meu comportamento acerca dela possa ser moldado dia após dia. Não posso, também, me deixar afetar negativamente pelo meio, pelas condições que a vida oferece e pelo julgamento constante de todos aqueles que observam meu comportamento.

Deve-se aceitar a vida, com a mesma verdade que se aceita a morte. As duas são friamente reais. E viver não é mais do que aceitar as suas condições individuais e lidar com elas. Cabe a cada um conhecer e carregar seu fardo (não tomar fardo por algo necessariamente ruim).

Minha luta agora é colocar novamente em prática minhas virtudes, pelas minhas próprias pernas, e evitar esse bloqueio funcional que aterroriza meus dias.

"Não vos peocupeis, com o dia de amanhã; pois este preocupar-se-à consigo próprio. À cada dia basta o seu fardo."