Sólo una escena (3)

"Acordou por conta do frio que sentiu. Era madrugada e chovera muito sobre o seu corpo, levado psicologicamente à exaustão, deitado na calçada. Era a prova cabal de que as sensações físicas se sobrepõe as psicológicas. Sentou-se. Não sentiu-se pior pela situação deplorável em que seu corpo, suas roupas, enfim, sua imagem se encotrava. Sentiu como se o traje estivesse à rigor naquela situação. Não soube dizer se aquilo era uma boa coisa ou não. Amputaram-lhe os dois braços da horna, não deixando que ela se defendesse; e não a defenderam também. Como se não bastasse foi deixado para trás, como se fosse uma coisa qualquer. Como se fosse qualquer coisa que não o alguém maravilhoso que diziam-lhe ser. Molestado pelos males da noite mais uma vez. Levantou-se. Sentiu-se mais só do que nunca. Sentiu como se ninguém pudesse salvá-lo; como se a cidade quisesse lhe cuspir pra longe. Sentiu-se humano. Sentiu de novo aquela sensação horrível de que, de alguma forma, sua mente tinha entrado em colapso novamente, tentando se defender do próprio pensando, tentando esquecer. Aquele dia nunca foi esquecido."