O Imperfeito

Não importa quantas Babilônias um homem sozinho tenha construído em sua vida, ou na vida de outrém, ou ainda na vida com outrém.
Não importa.
O passado resiste apenas na memória.
No coração dos homens mora o presente;
Mora a intensidade do momento;
A emoção recém aflorada do instinto;
E só!
Somente isto.
Se, depois de ter erguido imensos castelos de pedra e aço, um homem deixar ruir um pequeno castelo de areia numa praia suja qualquer, será por essa última obra que será lembrado.
E assim o momento se mostra, mais uma vez, como sendo a eternidade;


Não importarão quantos beijos foram dados; 
Quantos lençóis já ficaram molhados de suor;
Quantos cabelos já se soltaram nas suas mãos;
Nem quantos palavras foram ditas;
Nem quais palavras já tenham sido ditas;
Importará apenas a sua ultima palavra, o seu ultimo ato.
Este, que no momento me define como sou:
O imperfeito.