África, a terra dos fortes.


Infelizmente ainda vivemos em uma época de segregação racial e de nacionalismo. Partindo deste ponto gostaria de falar dos negros e da África, que embora não seja um país sempre é tratada como tal. Minto. A África é desprezada.

O continente africano, e com ele os negros, começaram à ser colonizados (leia-se estuprados) no Século XV pelos mesmos europeus, brancos, que depois também colonizaram à nós, latino-americanos. O povo africano cedeu, ao progresso econômico do mundo, força braçal graças à escravidão - onde encontra-se todo o tipo de desumanização da figura humana possível - cedeu suas riquezas naturais, cedeu vidas, muitas vidas. O continente africano, e os negros, foram molestados por muitos séculos pelos europeus, brancos. Isto infelizmente já não causa mais pavor quando lido, já sabemos disso, já aceitamos isso. Alguns de nós podem dizer "já superamos isso".

Eu sei que talvez eu esteja escrevendo meio sem foco, mas eu queria simplesmente mostrar, novamente, meu descontentamento com a  raça da qual sou um exemplar, pois um povo que cedeu tanto pelo resto do mundo, ainda mais na base do cabresto, não pode ser humilhado, desprezado e esquecido como é. A Africa está abandonada, seu povo morre as pencas por não ter o que comer. Estamos no século XXI e as pessoas morrem de fome como se ninguém pudesse salvá-las, como se nada pudesse ser feito, como se não soubessemos o que fazer, como se não tivessemos condição de fazer. Mandamos o homem para a Lua, mas não conseguimos dar de comer a quem tem fome. Não sei mais o que falar, há imagens que falam por mim.

Enquanto houver um ser humano passando fome em qualquer lugar do mundo, não se pode falar em dignidade, cidadania, humanismo, fraternidade, igualdade, progresso, justiça, mérito, honra e amor. Qualquer coisa que se diga para justificar a fome demonstra covardia, egoísmo e crueldade, que, infelizmente, são qualidades fundamentais da personalidade do ser humano pós-moderno, e características crucias para o bom funcionamento do regime monetário. Vivamos, pois, dentro do nosso mundinho perfeito de 70m², e deitemos nossas cabeças redondas e maquiadas, em nossos travesseiros com tecnologia da NASA, com uma leve indigestão por ter comido demais no jantar, e durmamos com a doce ilusão de que está tudo bem.

Se você não puder fazer nada por uma das milhares de crianças africanas que morreão de fome amanhã, assim como eu não farei, devido ao fato de possuir ao menos duas das características odiosas citadas acima, ao menos valorize a infinidade de recursos materiais dos quais você dispõe facilmente à sua volta, e deixe sua alma florescer e, de fato, ser alma. Não gaste seu esplendor e sua energia preocupado em acumular coisas em suas gavetas.

Realmente gostaria de ter escrito algo muito mais bonito e bem feito do que isto quando decidisse falar da Africa. Mesmo assim, continua sincero.

Tenham todos um ótimo jantar.