(...)

O silêncio é, e será, sempre, um amigo fiél,
que compartilha, sem se cansar
toda a serenidade e a sabedoria,
infinitas ao homem.
Mas é, também, por demais, egoísta;
tem por preço a solidão.
Então o homem se entrega à tentação da boca;
essa cobra!
Curiosa.
Te promete os prazeres humanos,
desde que, na fala, você expresse
o que na cabeça se passa.
Mas, volta e meia ela te trai;
e dá com a língua nos dentes.
Morre, assim, o homem, pela boca.
Talvez por isso
a alma, refém dos caprichos da carne,
nunca chegará ao seu esplendor.