Doce

Chove aqui, chove lá;
fico contente,
doce de uva,
que a chuva sabe
que a gente cabe
num só guarda chuva.

Sol aqui, sol ali;
e a gente mente,
doce de pêssego,
que a gente sabe
que a gente entende;
e, sem que se fale
o que a gente sente,
ainda assim se vê que é lindo;
por mais que lindo, não rime com pêssego.

Mas que se coloque, mesmo sem rimas, nesse papel,
que quando a luz branca, que vem do azul céu,
se faz lápis de cor, e pinta olhos cor de mel;
penso eu, cá com meus botões:
É mel com própolis!
Que própolis e afeto fazem bem pra saúde.