Sonho é destino – Parte XIV

Existem dois tipos de sofredores: Aqueles que sofrem da falta de vida, e os que sofrem da abundância excessiva da vida. Eu sempre me posicionei na segunda categoria. Quando se pensa nisso, quase todo comportamento e atividade humana são, essencialmente, nada diferentes do comportamento animal. As mais avançadas tecnologias e artefatos levam-nos, no máximo ao nível do super-chimpanzé. Na verdade, o hiato entre Platão ou Nietzsche e o humano mediano é maior do que o que há entre o chimpanzé e o humano mediano. O reino do verdadeiro espírito, o artista verdadeiro, o santo, o filósofo, é raramente alcançado. Por que tão poucos? Por que a História e a evolução não são histórias de progresso, mas uma interminável e fútil adição de zeros? Nenhum valor maior se desenvolveu. Ora, os gregos, há 3.000 anos, eram tão avançados quanto somos hoje. Quais são as barreiras que impedem as pessoas de alcançarem, minimamente, o seu verdadeiro potencial? A resposta a isso pode ser encontrada em outra pergunta, que é: qual é a característica humana mais universal? O medo, ou a preguiça?

Fonte: Waking Life (2001)