Houve um dia em que acordei do inconsciente;
Me vi num quarto escuro.
Procurei, jovem, pelo interruptor, por uma vela;
Procurei um fósforo que fosse.
Uma luz qualquer, algo que tivesse brilho próprio;
Procurei algo que me mostrasse o que enxergar.
Procurei, também, ainda jovem pelo trinco, a fechadura;
Procurei chaves.
Nada; Não hava nada lá. Era eu e o quarto escuro.
Sem respostas, talvez até sem perguntas.

Sozinho, no escuro, decidi inventar, criar e mentir.
E, assim, fiz um mundo inteiro dentro do nada.
Fiz amigos e inimigos. Amei e odiei.
Venci, perdi, debati, detestei, acreditei e fui enganado.
Tudo ali, no que eu fiz e acabei por acreditar.
Fiquei velho.
E nem percebi que esqueci de procurar a luz.
Vivi na ilusão, por medo da verdade.
Até que ela veio, e num sopro tudo fez-se pó.

Essa é a história de uma raça inteira.