Não me venha com essa de conselho! Quem és tú, falso profeta, para dizer-me o que é que tenho de fazer para que no futuro, que é, talvez, inexistente, eu seja uma pessoa mais... mais... mais o quê mesmo seria de mim se seguisse teu conselho? Mais rico, mais feliz, mais magro, mais limpo, mais vivo?
     Não sabes quem eu sou, o que quero, o que busco, o que gosto ou detesto, e nunca eis de saber, tal como o resto da humanindade. Porque de mim, entendo eu. E assim sempre será.
     Como podes tú ter a tamanha ousadia de pensar ser capaz de interferir no determinismo natural que rege o mundo, e nos mantém o mais longe possível do caos que criaríamos se ouvesse, realmente, o puro livre arbítrito?
     Conselho... Grande merda! É uma bela de uma idiotíce travestida de fraternidade. É isso que é.