O Taciturno


Feito satanás, da cruz, se esquivou a vida inteira.
Cismou com a incerteza,
e agiu como se deduz:
Desceu velas com dureza, de maneira bem grosseira.

Se escondeu da tempestade.
Quis pular de trégua em trégua
feito um jovem saltimbanco.
Tão nu quanto uma palavra,
que um poeta descalavra,
só rompeu onde viu flancos, evitando solavancos.
Forjou risos várias léguas,
alegando sanidade.

Um marujo e seu deserto;
Imensidão implacável.
O destino mais que certo
e o sonho impraticável,
ficam como céu e mar, no horizonte, a imbricar.

Solto em vasta insensatez
não topou com a liberdade.
Pra dar fim a tal linhagem, com censura e sem saudade,
fez um risco rente à gorja;
Deu vermelho à paisagem.
Com traçada previsão, foi-se um nobre desta corja
de muitos sem a lucidez
dos poucos com tal coração.