Como é que se vira homem?
Ora, mentindo.
Olhando no olho.
Dizendo, descaradamente:
Como muita mulher!
Não broxo, não arrego, não vacilo! Dou duas sem tirar; no mínimo.
Minha mãe não lava minhas cuecas!
Homem entende, ganha, manda, dá as cartas.
Nunca chora sozinho olhando a chuva. Que tipo de maluquice é essa?
Homem mostra! Nunca assiste.
Nunca é um idiota; um qualquer.
Quando tolo, sozinho e estúpido,
transforma isso tudo em nobreza, da mais fina.
Homem que é homem arrepia!
Se lê poesia, dá o cu e gosta.
Se as escreve!? Aí dá o cu e goza!
Ser homem é qualquer coisa.
Menos ser humano.
Porque, convenhamos,
ser humano é muito bicha!