Vó, eu só queria dizer que nunca esqueci da senhora. Nunca vou esquecer do jeito preocupado com que a senhora me olhava, da janela da cozinha, enquanto eu saia para a rua pra brincar. E então, quando eu voltava eu brigava com a senhora dizendo que não era pra ficar me cuidando pois eu já tinha 12 anos e não era mais uma criança. Que belo idiota, não é mesmo?
Imagino que em alguns anos vou dizer o mesmo à minha mãe, sobre não me chamar de nenê - por ser o caçula - na frente dos meus amigos.
Se eu pudesse reinventar a criança colocaria um pouco mais de paciência e sabedoria em sua essência, pois às vezes a ingenuidade não permite que elas apreciem e vejam com bons olhos momentos carinhosos e bonitos como estes.